Neste sábado (19/05), educadores, representantes de movimentos sociais e adolescentes participaram de uma mesa–redonda sobre Protagonismo, Diversidade e Sustentabilidade, na Universidade Braz Cubas.
O encontro faz parte da preparação para as atividades do Fórum Mundial de Educação Alto Tietê, que será realizado em setembro, na cidade de Mogi das Cruzes.
“O Fórum já está acontecendo e hoje estamos nos reunindo para aprofundar e ampliar nossa visão sobre os temas do movimento”, disse Mário Celso, coordenador da Comissão de Metodologia e Temática do Fórum, na abertura do evento. Rose Faria foi a relatora do encontro.
“É importante fazer este debate e avançar nesta preocupação sobre a questão da sustentabilidade. A Educação tem que dar conta das responsabilidades que nosso momento histórico exige”, disse o educador Luiz Carlos Oliveira, mestre em Ecopedagogia pela PUC e colaborador do Instituto Paulo Freire. Oliveira ressaltou a importância do olhar crítico sobre a sustentabilidade e do olhar para o ser humano nesse processo. “Não podemos nos esquecer da cultura e do jeito de ser do planeta. Temos de nos comprometer com a existência do outro”, comentou.
A mobilização em associações, movimentos populares e organizações também foi destacada pelo educador. “Temos que nos mobilizar, mudar nossa atitude, desde as relações humanas nos aspectos social, afetivo, educacional, cultural, entre outros. Não é só do verde que estamos falando, estamos falando da vida”, completou.
Maria Sirley dos Santos apresentou o tema “Diversidade – abrindo caminhos para a arte de conviver com as diferenças”. A educadora e membro da Associação de Educadores da América Latina e Caribe (Aelac) explicou o conceito de diversidade: “Essa é uma nova forma de ver o mundo, uma nova forma de convivência. Temos que aceitar que vivemos em realidades plurais e reconhecermos que todos somos iguais em direitos e dignidade”.
Maria comentou sobre seu trabalho na América Latina, baseado na solidariedade. “Minha vida é pautada na solidariedade. Só juntos podemos construir um mundo melhor e conquistar as transformações sociais de que precisamos”, disse. A educadora acompanhou trabalhos na Nicarágua e México.
O protagonismo foi o tema abordado por Ísis Lima Soares, educadora popular e integrante do Projeto “Cala-Boca Já Morreu”. Ela ressaltou que ser protagonista não se trata só de tomar a frente e ser o ator principal e sim, que todos consigam dialogar, sejam crianças, jovens ou velhos. “Não estamos falando de protagonismo, estamos falando de participação”, disse.
O projeto “Cala-Boca já Morreu” existe desde 1995 e atua na produção de mídia para assegurar que crianças e adolescentes tenham um espaço para expor suas idéias. Elas se reúnem e o grupo decide o que vai ser e como será produzido o material para TV, rádio ou mídia impressa.
Foram apresentados dois vídeos produzidos por crianças de Sorocaba, no Estado de São Paulo. “É um espaço para que eles possam discutir a vida que eles levam e o que querem daqui para frente. As crianças e os jovens falam o que acham importante falar”, explicou.
A educadora também comentou sobre os avanços nos movimentos de juventude nos últimos anos, como a Conferência Nacional de Meio Ambiente Infanto-Juvenil e o Fórum Criança, movimento que aconteceu junto ao Fórum Mundial de Educação, realizado em São Paulo, em 2004. “Foi um momento de troca e conhecermos as idéias. Reunimos 8.636 crianças”, disse.
Os educadores Luiz Carlos de Oliveira e Ísis Lima Soares foram convidados a participar do Fórum Mundial de Educação Infanto-Juvenil, que será realizado durante o Fórum Mundial de Educação Alto Tietê, em setembro. Crianças e jovens estarão reunidos no dia 29 de maio, na Universidade Braz Cubas. (KCB)